sexta-feira, março 21, 2008

DIA MUNDIAL DA POESIA

POESIA

Ouvi falar,
E isto um dia...
Que há no mundo,
A poesia.

_O que é isso?
Eu perguntei,
E a resposta:
_Eu nada sei.

Fui procurando,
Ver se encontrava,
Andei rebuscando,
Mas nada achava.

Consultei o sol,
Também o vento.
E a resposta:
_Não sei, lamento.

Até que,...
Vi uma criança.
Olhei para ela;
Senti esperança.

Seu saltitar,
Sua alegria!
Oh sim, já sei:
_Isto é, POESIA.

Anónimo

.....................
SONETO

Llevó tras sí los pámpanos otubre,
Y con las grandes lluvias insolente,
No sufre Ibero márgenes ni puente,
Mas antes los vecinos campos cubre.

Monvayo, como suele, ya descubre
Coronada de nieve la alta frente;
Y el sol apenas vemos en oriente,
Cuando la opaca tierra nos lo encubre.

Sienten el mar y selvas ya la saña
Del Aquilon, y encierra su bramido
Gente en el puerto y gente en la cabaña.

Y Fabio, en el umbral de Tais tendido
Con vergonzosas lágrimas lo baña,
Debiéndolas al tiempo que ha perdido.

Lupercio Leonardo de Argensola

sexta-feira, março 14, 2008

DIA DA POESIA _ BRASIL

ROMAGEM ÀS SERRAS

Por essas lindas tardes vaporosas,
Ao cair dos ocasos de Verão,
Quero ouvir, em suas queixas lacrimosas
Soar a viola terna do sertão.

Nessas horas de amor e de saudade,
Em que o céu lá no alto empalidece,
E o sol, qual medalhão, no azul se evade,
E o rosto em fogo, além desaparece;

Nessas tardes de sonho e de ternura,
Pela hora do descanso e do aconchego,
Quando a brisa nos beija com doçura,
Qual de uma amante o carinhoso apego,

Eu quero ver minh'alma desprender-se
Nas asas da mimosa fantasia,
Como as aves do céu que vão perder-se
Do éter na região sedosa e fria,

Quero fitar nos longes das colinas
Esse horizonte intermino e ondulado
Que do azul sobre as lânguidas campinas
Cai em caireis, imenso e arroxeado...

Nesse almo descair do firmamento,
Com o seu langor de hora vesperal,
Perpassa n'alma o suave sentimento
De uma doce bondade angelical.

Os campos ondulados lá se arqueiam,
No imenso talho de um quadrado vasto,
Enquanto os nédios gados se recheiam
No verdejante e saboroso pasto.

A loira cor nos cimos já se espraia,
Do sol que vai tombando no horizonte,
E seu pálido albor lá se desmaia,
Nas lombadas azuis, de monte em monte...

As arvores, nas longas serranias,
Polvilham de oiro as cabeleiras flavas
Mirando-se por sobre as penedias,
Nos longínquos confins das serras bravas,

No ar, onde finíssimas bafagens
Passam, sparzindo sensuais odores,
Da malta entre as interminas folhagens,
Corre em segredo o murmurar das flores.

Lindolpho Xavier


Nota: A publicação deste poema,
é a minha forma de colaborar no
DIA DA POESIA, que hoje, 14 de
Março, data do nascimento de
Castro Alves, se comemora no BRASIL.

domingo, março 09, 2008

XOSE LOIS GARCIA

ABRILSONETOS
Soneto nº 29

Non sei que dicir de tanta cousa
non sei que dicir de tanta ruina
dese corvo que no corazón apousa
e dun pombo refuxiado na retina.

O tempo chega coa morte extenuada
poñendo un paréntese ao meu riso
nunha esperanza que chega alterada
por eu dicir o que outro non dixo.

Seara de centeo aínda non medrado
vestixio iluminando outro repouso
pálidas espigas sen o corpo amado.

Corpo que levou o que nunca trouxo
na inclinación dun sol retardado
no mesmo piar dun fúnebre moucho.


Xose Lois Garcia

http://www.xoseloisgarcia.com/

sábado, março 08, 2008

8 de MARÇO